Um prazer recente que descobri foi o de fazer uma caminhada. É óptimo para o corpo e para a mente. São umas poucas horas relaxantes, em que passo a passo se descobrem pequenos tesouros paisagísticos, que estão tão perto, e são tão raramente visitados.
Gostei particularmente do contraste entre o negro e o verde. É impressionante a capacidade que a natureza tem de se regenerar, de brotar vida onde antes houve fogo e cinzas. A natureza humana também partilha desta qualidade. Temos a capacidade de nos reerguer, de fazer despontar verde no negro.
Apercebi-me ao longo da caminhada, que a melhor parte não é atingir a meta, mas desfrutar do passeio. Atingir a meta significa chegar ao fim. Enquanto caminhamos, subimos, descemos, ultrapassamos obstáculos, pulamos cercas, sorrimos para a paisagem, receamos o gado bravo, paramos para uma merenda, há sempre um chocolate para dar energia, guardamos muitas imagens na máquina fotográfica e as mais belas ficam guardadas na memória.
Adoro o verde em todos os seus tons. É sinal de que a terra está bem nutrida. Não foi muito confortável o chuvisco frequente, nem os sapatos ensopados, mas é o preço do verde.
Mas o melhor de tudo isto é a companhia. Uma caminhada assim tem um sabor muito melhor na companhia da nossa alma gémea e dos nossos amigos. São simples trocas de impressões, conversas, risos e toda uma partilha que traz muita alegria.
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