20 de maio de 2011

Muita fama e pouco proveito

Tenho observado uma situação recorrente entre adolescentes. Ai, a adolescência! Idade de certezas incertas, de formação de personalidade a partir de vários retalhos, procurando definir um padrão ainda pouco nítido, vivendo as emoções com toda a intensidade.
As relações entre adolescentes são complexas e difíceis. Há muito a dizer. Hoje escrevo sobre dois retalhos cozidos nesta manta, a inveja e o ciúme, que formam o padrão da intriga.
As raparigas bonitas são sempre muito desejadas pelos rapazes. Recebem muita atenção por parte deles, elogios, propostas indecentes, pedidos de namoro e tornam-se populares. Isto gera ciúme entre os rapazes e mal-estar entre as raparigas que não recebem a mesma atenção. Quem se sente mal procura mecanismos de defesa. Procura mostrar que as raparigas tão populares não são assim tão maravilhosas. Começam os comentários, as intrigas, a difamação. Rapidamente ganham fama de serem aquele tipo de mulher... As raparigas menos atraentes sentem-se melhor assim, pois podem orgulhar-se da sua honra, algo que retiraram às outras. Os rapazes desculpam o seu fracasso na conquista culpando-as de serem aquele tipo de mulher…
O que estes adolescentes não sabem, mas vão saber quando crescerem, é o que quem tem algum conhecimento da vida já sabe. Quem mais diz que faz, nada fez. Quem mais diz que sabe, não sabe nada. Quem tem fama, normalmente não tem proveito. Quem mais fama tem, nenhum proveito obtém.
Porque é que é mais fácil acreditar no comentário maldoso, do que na confissão de inocência? É porque o comentário maldoso é mais excitante. Permite magoar e prejudicar alguém. Dá que falar e une aqueles que participam nesse mal. Acreditando na inocência, está tudo bem, não há drama. Oh, que seca!
Na vida há que filtrar tudo o que ouvimos. É perigoso acreditar absolutamente nos boatos. Conheçam as pessoas por vocês. Formem as vossas próprias opiniões a partir daquilo que observam com os vossos olhos. Não colaborem neste círculo vicioso e perigoso. Se tornarem a intriga interessante, ela será uma bola de neve. E da mesma forma que a fazem aos outros, um dia fá-la-ão a vocês. É o efeito bumerangue. Toca a todos. Se deixarmos.

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